segunda-feira, 14 de abril de 2014

Unidade XIX: A Crise de 1929 e a Grande Depressão

A CRISE DE 1929 E A GRANDE DEPRESSÃO 

     A crise que atingiu os EUA a partir dos dois Crashs da Bolsa de Nova Iorque em 24 e 29 de outubro de 1929 ocorreu ao fim de uma década marcada, em sua primeira metade, por uma sensação de euforia do governo e de grande parte da sociedade norte americana.
     Na primeira metade da década de 1920, graças ao crescimento das exportações de produtos e de capitais para a Europa como também com o crescimento do mercado interno (automóveis, geladeiras, fogões, telefones e rádios) os norte americanos, experimentaram um clima de total euforia traduzido na expressão THE AMERICAN WAY OF LIFE. (There's no way like the american way) Nada melhor que o modo de vida americano.
     Entretanto, na segunda metade da década a  economia americana deu sinais de fragilidade. Esse quadro foi provocado pela queda das exportações para a Europa, resultado da recuperação das economias francesa e inglesa e agravada pelo fato do mercado interno não se revelar capaz de absorver o excedente deixado pelas exportações. Essa situação deixou evidenciada a má distribuição da renda decorrente dos baixos salários pagos aos trabalhadores.
     Além disso, os banqueiros americanos amedrontados pela ascensão de grupos nacionalistas na Europa cortaram ajuda financeira aos italianos e aos alemães o que diminuiu a capacidade de compra dos mesmos.
     Convencidos que o mercado encontraria sua saída, o governo não interveio deixando a economia funcionar livremente. Ao mesmo tempo o mercado de ações cresceu absorvendo capitais de grandes e pequenos banqueiros, de grandes e pequenos empresários. Este crescimento atraiu para o mercado um sem número de pessoas da classe média que despejaram na Bolsa suas poupanças.
     Entretanto, a valorização das ações, fruto de um artificialismo do mercado e gerada pela especulação incentivou uma crescente venda de papéis dos grandes “investidores” a partir de setembro. Essa tendência de venda foi responsável pelo crash de 24 de outubro e o de 29 de outubro.
     A queda vertical das ações provocou a ruína de milhares de pequenos investidores, a quebra de inúmeros pequenos bancos decretando um caos no mercado financeiro, restringindo o crédito e provocando uma queda brutal do consumo. Estavam criadas as condições para a depressão.
     Entre 1929 e 1932, houve o que ficou conhecido como ciclo infernal, cujos números foram: mais ou menos 5.000 bancos fechados, paralisia de grande parcela do setor agrícola, fechamento total ou parcial de cerca de 100 mil empresas, deflação dos preços, colapso do mercado de consumo e um nível de desemprego sem precedente, algo em torno de 25% da mão de obra ativa ou 17 milhões de trabalhadores fora de seus postos de trabalho.
     Em 1932, com a crise atingindo o seu ápice, os democratas, com Franklin Delano Roosevelt, ex-governador do estado de Nova Iorque, venceram a eleição presidencial apoiados numa campanha em que defenderam um novo tratamento para a economia (O New Deal).


O governo Roosevelt e o New Deal (1933/39)

     Assessorado por economistas adeptos da Escola Keynesiana, Roosevelt pôs em prática um grande plano de recuperação da economia nacional através de uma intervenção do Estado investindo em um grande programa de obras públicas como sugeria o economista inglês John Maynard Keynes. Além disso, Roosevelt voltou-se para melhorar a distribuição da renda de modo a reaquecer o consumo e recuperar os setores industrial e agrícola. Definia-se o Welfare State, o estado do bem-estar social, utilizado também na Europa, após a Segunda Guerra Mundial, para a contenção do socialismo, nos países que adotaram a  Social Democracia.

     Principais medidas do NEW DEAL entre 1933/39:
- emissão monetária, através do sistema federal de reservas, para oferecer crédito aos produtores rurais e aos empresários do setor industrial;

- fechamento temporário dos bancos;

- protecionismo econômico;

- criação do Agricultural Adjustment Act (Ato de ajustamento agrícola);

- criação do National Industrial Recovery Act (Ato de reconversão da indústria nacional);

- criação do seguro desemprego;

-  ampliação do direito à aposentadoria;

- programa de grandes obras públicas, como as do Vale do Tenessee (T.V.A.);

- revogação da Lei Seca (Volstead act). Esta lei foi criada no início da década de 1920, no embalo da euforia do American Way. Ela ocasionou a queda da arrecadação, reduziu o nível de emprego formal e provocou o surgimento do crime organizado (Máfia) controlador da produção e venda clandestina de bebidas de alto teor alcoólico, que a lei proibira.








                                                         A.A.A. e N.I.R.A.
    
     O Ato de Ajustamento Agrícola e o Ato de Reconversão da Indústria Nacional.

     Com a elaboração do New Deal, o governo Roosevelt criou dois programas voltados para a recuperação dos setores agrícola e industrial:
- para o setor rural, o A.A.A. em que foi liberada uma linha de crédito com juro subsidiado e o pagamento de indenização aos produtores pela terra que deveria ficar ociosa para evitar a superprodução;
- para o setor industrial o N.I.R.A. em que foi criada uma linha de crédito com juro subsidiado. Para o setor, o governo estabeleceu um conjunto de normas a serem seguidas como: salário mínimo, reajuste de salários discutido com os representantes dos trabalhadores, jornada de trabalho de 8 horas/dia, proibição à prática de dumping.

(Caderno de anotações de aula. Professor Luis Francisco)




As soluções nacionais para a Crise de 1929

     Como houve uma internacionalização da crise, decorrente da interdependência das economias capitalistas e, sobretudo em razão da dependência delas da economia norte americana. Fosse pelo fato de os EUA constituírem o mercado para onde elas exportavam ou em razão dos capitais norte americanos, dos quais elas dependiam. Assim, a crise estendeu-se para a Europa Ocidental, para o Japão e para a América Latina.
     A exemplo dos EUA, as soluções adotadas nesses países passaram pela intervenção Estado na economia. Em alguns casos o Estado atuou como controlador e investidor nos setores produtivos e noutros o Estado atuou na regulação da economia.
     Na América Latina, tendo o Brasil como referência, o Estado adotou uma política de investimento nos setores de base para fomentar uma política de industrialização, que tornasse essas economias menos dependentes do mercado externo.

     Na Alemanha, na Itália e no Japão, o Estado promoveu uma aliança com o grande capital, realizou um programa de obras públicas e adotou uma via nacionalista, militarista e expansionista. Na Itália fortalecendo o governo fascista de Benito Mussolini, na Alemanha a crise contribuiu para a ascensão do Partido Nazista ao poder e, posteriormente, na instalação do Nazifascismo com a criação do III Reich, no Japão não se adotou a via fascista, embora optasse pela solução militarista e expansionista adotada pelos governos fascistas italiano e alemão.

     A Inglaterra adotou uma política de desvalorização da Libra, para baratear seus produtos e dessa forma incentivar as exportações. 

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Unidade XVIII: A Revolução Russa de 1917

A Revolução Russa de 1917

     Em 25 de outubro de 1917 invocando o lema “todo o poder aos sovietes”, os bolchevistas, liderados por Lênin, instalaram o governo revolucionário dos Comissários do Povo e iniciaram a execução de um grande projeto de construção do socialismo, que havia se inspirado no Marxismo e no Leninismo.

a) Antecedentes da Revolução

     No século XIX na Rússia Czarista, nos períodos de Alexander II e Alexander III, o país passou por um grande programa de mudança na sua ordem econômica e social representada na supressão da servidão e no incentivo à formação de pequenas propriedades rurais, política adotada pelo Czar Alexander II em 1861 pela publicação de um Decreto Governamental de Supressão da Servidão e representada também na industrialização promovida pelo Czar Alexander III, que estimulou o ingresso de capitais estrangeiros, essa industrialização foi responsável também pela formação da classe operária russa. Em grande parte o proletariado russo originou-se no êxodo rural provocado por milhares de camponeses, que perderam as terras adquiridas no período de Alexander II. Essa perda deveu-se a incapacidade de pagamento do endividamento contraído na aquisição da terra.
     Essa modernização não significou a supressão das diferenças sociais, ao contrário até mesmo acentuou-as com a adoção do capitalismo. Mas por outro lado, a formação da numerosa classe operária concentrada em algumas poucas cidades como São Petersburgo, Kiev, Minsk e Odessa facilitou o processo de organização política através da criação do Partido Operário de orientação Marxista, que em 1903 dividiu-se em duas facções: bolchevistas (maioria) e menchevistas (minoria).
     Com relação a ordem política, no século XIX, ela estava representada por um Estado Absolutista cujo poder se concentrava nas mãos do imperador (Czar) apoiado pelos segmentos da nobreza de origem feudal e controladora da burocracia estatal,  do clero ortodoxo, que exercia um papel de controle ideológico e do Exército cujo papel era o da repressão política.
     Essa ordem política e econômica ensejou a formação de uma oposição liberal burguesa representada na criação do Partido K.D.T. (Constitucional Democrata) insatisfeita com o modelo de industrialização que privilegiou o capital estrangeiro em prejuízo do capital nacional e uma oposição de esquerda representada nos Narodinicks (socialistas revolucionários) que defendiam uma via comunista de base camponesa e o Partido Operário Social-Democrata Russo (POSDR) de orientação marxista que pregava uma revolução pela via proletária









                 
                              A ruptura da unidade do Partido Operário

     Em 1903 o POSDR, reunido em Bruxelas, se dividiu em duas facções: menchevista e bolchevista. Ambas eram marxistas, mas divergiam com relação à deflagração do movimento revolucionário.
     Os menchevistas, liderados por Julius Martov, consideravam que a Rússia não atingira plenamente o capitalismo, logo ainda não existiam as condições ideais para uma revolução proletária. Os mencheviques admitiam uma aliança com a burguesia para levar a Rússia a etapa capitalista e, em seguida, conduzi-la ao comunismo.
     Os bolchevistas, sob a liderança de Lênin, ao contrário consideravam que havia um capitalismo suficientemente instalado e uma classe proletária numerosa e organizada para fazer a revolução. Para os bolcheviques não havia hipótese de uma aliança do proletariado coma burguesia e que esta deveria ser tratada como inimiga dos trabalhadores.

(Caderno de anotações de aula. Professor Luis Francisco)



O processo revolucionário

A Revolução de 1905 (O Ensaio Geral)

     Em meio a guerra contra o Japão (guerra interimperialista) no Pacífico, a Rússia experimentou uma turbulência social e política através das greves e passeatas dos trabalhadores em São Petersburgo. Entre as diversas passeatas, inclui-se a de 09 de janeiro de 1905 liderada pelo Padre Gapone, cujo propósito era abrir um canal de conversas com o imperador Nicolau II. 
     Entretanto, a reação do governo que mandou atirar nos manifestantes fechou qualquer possibilidade de negociação, esse episódio ficou conhecido como domingo sangrento. A ele se acrescenta uma tentativa frustrada do governo de reprimir os manifestantes com os marinheiros. Entretanto, para a surpresa do Czar os marinheiros se reuniram aos manifestantes protestando contra os castigos corporais que sofriam e contra a péssima alimentação que recebiam. A reação dos marinheiros ficou celebrizada na sublevação dos tripulantes do Couraçado Potemkim.
     A atitude repressora do governo provocou dois efeitos sobre as manifestações:
-o caráter pacifista até então predominante, foi substituído por atos de violência contra as forças do regime;
-as manifestações até então em São Petersburgo estenderam a outras cidades, ganhando assim maior intensidade.
     Esse quadro convenceu o governo da necessidade de negociar. O primeiro passo se deu com a assinatura, em setembro, do Tratado de Portsmouth com o Japão, que pôs termo a guerra entre os dois países. No mês seguinte Nicolau II encaminhou uma proposta de reforma política através do Manifesto de Outubro. Essa proposta resultou na instalação de uma Duma Constituinte, eleita pelo voto censitário, para dar a forma jurídica à monarquia constitucional. Essa reforma, atendia as expectativas da burguesia liberal, mas, estava distante daquilo que as classes populares pleiteavam, por não apontar para reformas sociais.
     Segundo Lênin, líder da facção Bolchevique, a Revolução de 1905, do ponto de vista popular, se traduziu na organização dos Sovietes, comitês populares formados por operários, camponeses e soldados, que se constituíram no núcleo de articulação da Revolução Socialista de outubro de 1917.







A Revolução Liberal de fevereiro de 1917
     Esse evento revolucionário foi responsável pelo afastamento do Czar Nicolau II do trono e pela queda da Monarquia. Essa revolução foi liderada pela burguesia liberal, organizada no Partido KDT e majoritária na Duma Legislativa, que considerou o quadro político e econômico da Rússia muito propício para a ocorrência de uma revolução popular, e aí ela tomou a iniciativa de fazê-la.


                    A CONJUNTURA POLÍTICA E ECONÔMICA RUSSA EM 1917

     Em 1917 a Rússia atravessava um período de grandes perdas econômicas e humanas em decorrência da Primeira Guerra Mundial, na qual os russos ingressaram desde o seu início em apoio aos sérvios, contra o Império Austro Húngaro, em nome do Pan Eslavismo.
     A fragilidade econômica e militar da Rússia ficou muito evidente com os mais de 4 milhões de mortos nos campos de combate e de alguns milhares vítimas da fome provocada pelo desabastecimento.
     Em meio a essa turbulência sucederam-se as manifestações populares, organizadas nos Sovietes e traduzidas em greves e frequentes passeatas. Foi isso que mostrou à burguesia o risco de uma revolução popular. Assim, os setores liberais entenderam que “se eles não fizessem a revolução, o povo a faria”.

(Caderno de anotações de aula. Professor Luis Francisco

     Com a deposição do Czar Nicolau II, formou-se um governo Provisório de coalizão constituído pela burguesia e pelos menchevistas, segmento da esquerda que admitia uma aliança com a burguesia. Os menchevistas estavam representados no governo pelo ministro Alexander Kerensky.
O governo provisório promoveu reformas políticas como: 
voto universal;
- legalização dos partidos;
- a lei da anistia para exilados e presos políticos;
- as leis sociais.
     Entretanto, ignorou as reformas sociais e não retirou a Rússia da Guerra, atendendo aos interesses da burguesia produtora de armas e de munições. A atitude vacilante do governo e o retorno das lideranças bolchevistas foram fundamentais para a Revolução de 25 de outubro.

A Revolução Bolchevista de Outubro de 1917
     Em 25 de outubro de 1917 levantando a bandeira “todo o poder aos sovietes”, os bolchevistas liderados por Lênin, Trotsky entre outros, levaram os trabalhadores às ruas e derrubaram o governo provisório, que não ofereceu resistência. Daí o fato de no dia seguinte ter sido instalado o governo dos Comissários do Povo, cujas primeiras decisões se orientavam nas Teses de Abril e o no programa Bolchevique.


                                                    AS TESES DE ABRIL

     Com a anistia concedida pelo governo provisório, Lênin que estava no exílio na Suiça, voltou à Rússia. Ao retornar publicou as Teses de Abril em que apresentava as prioridades do povo russo, que uma revolução deveria considerar. Lênin as traduziu na trilogia: PAZ, TERRA E PÃO (tirar a Rússia da Guerra, entregar a terra ao camponês e combater a fome).

                                               O PROGRAMA BOLCHEVIQUE
     Sob a liderança de Lênin, os bolcheviques definiram as diretrizes de uma revolução popular:
- coletivização dos meios de produção, a partir de uma expropriação total;
- entrega da terra aos camponeses;
- entrega das fábricas aos operários;
- nacionalização dos capitais estrangeiros na Rússia;
- confisco da dívida externa;
- soberania para as nacionalidades dominadas pelo Império Russo.

(Caderno de anotações de aula. Professor Luis Francisco)

     De modo a garantir a execução das mudanças, o governo bolchevique criou o Exército Vermelho para enfrentar as reações externas e a polícia política, a Tcheca, para combater a resistência interna.
     Em 1918, com o fim da Primeira Guerra, as atenções do Ocidente se voltaram para a Rússia. Desse modo, as forças ocidentais adotaram duas estratégias contra os bolcheviques: uma promover o isolamento (cordão sanitário), outra apoiar os contrarrevolucionários (russos brancos) na guerra civil que se instalou no país neste mesmo ano.
     A guerra civil, mesmo com o triunfo da Revolução (russos vermelhos), deixou um quadro de gravíssimas proporções. A fome teve seu quadro agravado, os setores produtivos flagrantemente estavam estagnados ou até mesmo paralisados, provocando o desabastecimento. Se não bastassem esses números, a Rússia Bolchevista ainda enfrentava uma escassez de recursos financeiros para promover uma rápida reconversão econômica. Para tornar o quadro mais preocupante, os camponeses davam sinais de insatisfação com o regime de requisição da produção, que havia sido usado na guerra civil e estava mantido.

           
                                    A REVOLTA DO KRONSTADT DE 1921

     Essa revolta, ocorrida na Base militar do Kronstadt, expressou a insatisfação do campesinato com a política das requisições. O camponês aceitou entregar ao Estado a totalidade da sua produção durante a Guerra Civil, compreendendo a estratégia bolchevique de promover uma distribuição igualitária e assim construir uma aliança que enfrentasse e vencesse os russos brancos.
     Entretanto, com o término da Guerra Civil os camponeses manifestaram-se contra a continuidade das requisições e reagiram diminuindo a produção. Essa atitude colocava em risco todo o projeto da Revolução. Isso exigiu de Lênin medidas emergenciais e eficazes, que se traduziram na Nova Economia Política (N.E.P.)

(Caderno de anotações de aula. Professor Luis Francisco)


 1921-1928 – A Nova Economia Política (NEP)

     O quadro econômico, após a guerra civil, levou o governo Lênin a promover uma mudança na ordem econômica russa, segundo ele a hora exigia dar um passo atrás. Desse modo a Rússia, para recuperar o setor secundário, buscou atrair capitais externos para o setor, embora só admitindo-os na produção de bens de consumo, os setores de base ficariam sob controle do Estado. Além disso, Lênin autorizou o camponês a utilizar até 90% daquilo que produzia, da forma que melhor lhe aprouvesse. A NEP também trouxe de volta a desigualdade salarial, que havia sido suprimida durante a guerra civil, como também autorizou os camponeses a transferirem o direito de uso da terra para terceiros. Essa decisão fez ressurgir a figura dos grandes proprietários de terras (kulaks ou culaques). Mas, os números alcançados no período mostraram a eficácia da nova política econômica.
     Entretanto, nesse período os russos sofreram um grande revés, a morte de Lênin em 1924. A perda do líder bolchevista criou na Rússia uma disputa pelo poder entre dois outros líderes: Joseph Stalin Secretário Geral do Partido Comunista e grande responsável pela construção da URSS em 1922 e Leon Trotsky ideólogo, historiador da revolução e comandante do Exército Vermelho na Guerra Civil.


                (1924-1928) A QUEDA DE BRAÇOS ENTRE STALIN E TROTSKY

     A disputa entre Trotsky e Stalin ia além da simples disputa pelo controle da URSS, eles tinham posições conflitantes também em relação aos rumos do socialismo e da própria revolução.
     Trotsky defendia a revolução permanente e entendia que a consolidação do socialismo estaria diretamente relacionada à sua expansão pelo mundo. Para ele cabia a URSS apoiar esse processo.
     Stalin ao contrário de Trotsky defendia uma consolidação do socialismo na URSS, para posteriormente promover a sua expansão. Daí ter sido criada a expressão de socialismo num só país.
(Caderno de anotações de aula. Professor Luis Francisco)


1928-1953 – O Stalinismo

     Depois de uma intensa disputa com Trotsky, Stalin, que já ocupava o poder desde 1924, teve a oportunidade de instituir um regime centralizado, intolerante, repressor, violento e militarista na URSS.
     Stalin promoveu uma depuração no Partido Comunista, que resultou em expurgos, prisões e execuções. Entre os que sofreram com a intolerância de Stalin estava Trotsky, este, sofreu o expurgo e mesmo estando no exílio no México não escapou do braço stalinista, que o executou. Estima-se que o stalinismo tenha sido responsável por milhões de mortes e pela prisão de milhares de pessoas colocadas nos campos de trabalhos forçados na Sibéria.
     Por outro lado a stalinização foi responsável por importantes conquistas no campo econômico e social e transformou a URSS numa superpotência após a Segunda Guerra Mundial, nos tempos da Guerra Fria.


     O Stalinismo também foi responsável pela expansão do modelo soviético para o Leste Europeu após a Segunda Guerra Mundial. Essa expansão resultou da negociação entre Stalin e Roosevelt na Conferência de Yalta de fevereiro de 1945, em que ficou acordado entre os líderes, que os territórios que haviam sido libertados do domínio nazista pelos comunistas e pelo Exército Vermelho ficariam sob a coordenação política de Moscou na formação de novos governos. Daí a instalação de governos pró Moscou e, em sua maioria, submissos à sovietização, por conseguinte satélites da URSS. Nesse contexto não se inclui a (ex) Iugoslávia e a Albânia.
    
  
O STALINISMO NO CAMPO ECONÔMICO

- planificação econômica (definição pelo Estado das metas, dos prazos, do volume de investimento e contingente de trabalhadores a serem utilizados);
- planos quinquenais. Fruto da planificação eles definiam metas a serem alcançadas em 05 anos. Os planos quinquenais deram particular ênfase aos setores de base, da infraestrutura, essenciais e pesados;
- coletivização da terra através dos Kolkhozes e dos Sovkhozes;
- desenvolvimento da indústria de armamentos e munições, em razão da pressão exercida pela Segunda Guerra Mundial e posteriormente pela Guerra Fria.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Unidade XVII: A Primeira Guerra Mundial (1914-1918)

A Primeira Guerra Mundial (1914-18)

                             UMA CONSIDERAÇÃO INICIAL SOBRE A PRIMEIRA GUERRA         
          Em 1914 quando teve início a Primeira Guerra Mundial, o mundo girava em torno da Europa. O Velho Continente era, com certeza, o centro do mundo. De lá saía a maioria dos produtos industrializados que abasteciam o mundo, assim como a maior parte dos capitais transferidos para a áfrica, a Ásia e América Latina.
     Entretanto, os europeus acharam que deveriam fazer a guerra, convencidos que era o caminho para assegurar a paz. Preferiram-na à diplomacia.
     Ao término do conflito em 1918, incontáveis perdas humanas, estimadas em 20 milhões, perdas econômicas e a destruição de importantes cidades era o quadro da Europa. O eurocentrismo recuou. A Europa saiu da guerra com um endividamento contraído com os Estados Unidos da América da ordem de 11 bilhões de dólares e enfrentou nos anos subsequentes uma elevada taxa inflacionária e um índice de desemprego alarmante. O mundo virou de ponta cabeça. O declínio da Europa fez emergir um novo centro econômico, Os Estados Unidos da América a nova meca do capitalismo no século XX.
(Caderno de anotações de aula. Professor Luis Francisco)

Causas gerais
a) As rivalidades interimperialistas, a formação de alianças e a Paz Armada
      A partilha do continente africano gerou um quadro de rivalidades entre as forças colonialistas como foram os casos que envolveram franceses e italianos na Tunísia, franceses e alemães no Marrocos e ingleses e holandeses no Sul da África na conhecida Guerra dos Böers. Essas rivalidades contribuíram para a formação das alianças como a germano italiana e a Entente Cordiale entre ingleses e franceses. Não se pode ignorar o revanchismo francês em relação aos alemães, decorrente da derrota francesa na Guerra Franco-Prussiana de 1870/71, na qual perderam a região da Alsácia e Lorena para os alemães.
     Essas alianças, mais tarde ampliadas contribuíram para a corrida armamentista, que caracterizou a Paz Armada, denominação dada à conjuntura que precedeu a I Guerra Mundial;

                                      
                                     OS ATRITOS INTERIMPERIALISTAS NA ÁFRICA
(1881) O atrito ítalo-francês na Tunísia decorreu da intervenção militar francesa, em apoio ao governo tunisiano no combate aos rebeldes nacionalistas. Os italianos protestaram contra a intervenção, porque, até então, a Tunísia era uma área de investimentos italianos. A situação não foi suficiente para provocar um conflito entre as duas nações, mas afetou as relações bilaterais. A situação contribuiu para a formação da aliança Ítalo-Germânica, ponto de partida para a criação da Tríplice Aliança, com o ingresso do Império Austro-Húngaro.
    
(1899/1900) O conflito entre os colonos ingleses e os colonos holandeses, a Guerra dos Böers. Esse conflito foi decorrente do interesse dos ingleses, que ocupavam a colônia do Cabo sobre os territórios do Transvaal e do Orange ocupados pelos Böers. Esse interesse motivou uma ofensiva britânica, liderada pelo governador Cecil  Rhodes, em retaliação à negativa do governador holandês Paul Kügger em permitir a presença dos ingleses na extração mineral. A vitória dos britânicos estabeleceu o domínio inglês sobre todo o Sul da África (União Sul-Africana).
    
(1904/11) O atrito entre a França e Alemanha no Marrocos. Esse episódio mesmo tendo uma solução política, foi responsável pelo aumento da tensão nas relações franco-alemãs. Esse incidente teve início com a intervenção militar francesa em apoio ao governo marroquino contra os rebeldes nacionalistas. A Alemanha reagiu a intervenção, criticando a França e oferecendo ajuda material e financeira aos rebeldes.
     Essa situação contribuiu para a formação da Entente Cordiale, uma aliança apresentada como defensiva pelos franceses e ingleses, contra o expansionismo alemão. Esse atrito no Marrocos teve uma solução política, na qual pela cessão de parte do Congo Francês aos alemães, estes pararam de financiar os rebeldes nacionalistas.

b) As rivalidades nacionais na região balcânica

     A região Balcânica, considerada à época um barril de pólvora, justificou esse título em razão das rivalidades existentes entre sérvios e austro-húngaros ou aquela envolvendo os povos eslavos e os germânicos, rivalidade esta geradora de dois blocos: um liderado pelos russos, o Paneslavismo e outro liderado pelos alemães, o pangermanismo. Essas rivalidades açodaram os ânimos na região e foram responsáveis pelo episódio considerado como causa direta da guerra, o atentado de Sarajevo de 28 de junho de 1914, que vitimou o príncipe austríaco Franz Ferdinand, herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro.
     Outra rivalidade que contribuiu para o quadro de tensão internacional foi aquela entre os russos e os turcos otomanos. Neste caso o problema envolvia a região dos Estreitos de Bósforo e o de Dardanelos controlados pelo Império Otomano, considerados pelos russos como estratégicos na passagem do Mar Negro para o Mar Mediterrâneo. 
     Segundo os Otomanos havia uma pretensão do Império Russo de ocupar a região para dominá-la. Daí a aproximação entre os Otomanos e o II Reich (2º Império Alemão), que gerou nos alemães o interesse em construir uma ferrovia (Berlim-Bagdá) para poderem acessar o Oriente Médio, para explorá-lo conforme a autorização concedida pelos otomanos no acordo bilateral entre os dois impérios.
     A construção da ferrovia se traduziria na presença alemã na região dos Estreitos, seguramente provocando uma inquietação nos russos. Assim se explica o fato do Império Czarista ter buscado construir uma aliança com dois tradicionais rivais dos russos, mas também preocupados com o crescimento alemão, os ingleses e os franceses. Surgia desse modo a Tríplice Entente.

c) As etapas do conflito

     Em 28 de junho de 1914 na cidade de Sarajevo, na Bósnia, ocorreu o fato deflagrador da Primeira Guerra Mundial, o assassinato do príncipe herdeiro da Áustria Franz Ferdinand e sua esposa Sofia, atentado praticado pelo bósnio Gravilo Princip. O herdeiro austríaco visitava a cidade, que estava submetida a dominação austro-húngara o que fomentava os  movimentos nacionalistas e anti austríacos na região, patrocinados pelo governo da Sérvia e Montenegro, que financiava a organização nacionalista Mão Negra, responsável pelos freqüentes atentados contra os austríacos. Daí o governo de Viena: ter responsabilizado o governo de Belgrado (Sérvia) pelo episódio, ter feito exigências, que não foram cumpridas pelos sérvios e, por último em julho, ter declarado guerra à Sérvia e Montenegro.
     Imediatamente os russos, em nome do pan eslavismo, declararam apoio aos sérvios contra os austríacos. Em seguida foi a vez dos alemães fazerem o mesmo em relação aos austríacos contra os sérvios e montenegrinos. A partir daí, os alemães puseram em execução um plano expansionista (Plano Schlieffen), que estava pronto para ser acionado.
     O período que inclui os anos 1914 e 1915 é denominado de Guerra de Movimento e foi marcado pela distensão das forças alemãs associadas ao Império Austro-Húngaro, ao Império Turco Otomano e ao Estado Búlgaro.
     Nesse período se destaca o ingresso da Itália nas forças da Entente, assim denominados os países liderados pelos ingleses e franceses, sob a promessa britânica de participar da partilha das colônias alemãs após o conflito e também empenhada em recuperar o território da Itália Irridenta (Trieste, Trentino, Trento), ainda sob domínio do Império Austro-Húngaro.
     O período subsequente (1916/17) denominado Guerra de Trincheiras, foi marcado pela manutenção das posições anteriormente alcançadas tanto pelos países centrais (liderados pela Alemanha) como pelos da Entente. Essa fase também ficou marcada pelo ingresso, dos até então neutros, Estados Unidos da América e pela decisão do governo revolucionário russo de celebrar a paz com os alemães.

                               
                                              O ingresso dos Estados Unidos

     A decisão do governo de Washington de ingressar na guerra foi oficialmente justificada pelo ataque alemão ao navio civil norte americano em Águas europeias.
     Entretanto, a decisão está associada ao fato de os Estados Unidos serem os maiores credores dos países da Entente e temerem pelo não pagamento das dívidas, em caso de uma derrota frente aos Países Centrais.
(Caderno de anotações de aula. Professor Luis Francisco)


                                                    A saída da Rússia
           Esta decisão está entre as primeiras tomadas pelo governo dos comissários do povo liderado por Lênin instalado após a vitória da Revolução Bolchevista em 25 de outubro de 1917 sobre o governo provisório composto por uma coligação entre os liberais e os menchevistas.
     Para os bolchevistas a guerra provocava perdas humanas e econômicas incontáveis e era preciso estancá-las. Além disso, para Lênin a guerra era um evento capitalista de interesse dos donos de capital, logo sem nenhum interesse da classe proletária, cujo governo russo representava.
     A saída dos russos se oficializou em fevereiro de 1918 com a assinatura do Tratado de Brest-Litovsk com o governo alemão, que impôs perdas territoriais e financeiras aos russos.

(Caderno de anotações de aula. Professor Luis Francisco)

     O ano de 1918 marcou o fim do conflito com a rendição dos Países Centrais. A Alemanha foi a última a admitir a rendição e esta decisão coube ao novo governo alemão da República de Weimar, instalado após a renúncia do Kaiser Guilherme e a queda do II Império (1871/1918).

d) Os tratados de paz

     Em 1919 os países vencedores da guerra promoveram uma conferência em Paris em que definiram as linhas dos tratados que seriam impostos aos perdedores. Desse encontro foram excluídos os perdedores, considerados responsáveis pela guerra, e a Rússia, esta sob alegação de já ter assinado um tratado de paz em separado. Entretanto, não foi difícil perceber que a exclusão dos russos era de cunho ideológico, pelo fato de terem rompido com o capitalismo através da Revolução Bolchevista de 25 de outubro de 1917.
     Nessa conferência, os Estados Unidos apresentaram uma proposta de paz denominada Quatorze Pontos de Wilson em que apontavam caminhos para se alcançar uma paz duradoura no mundo e em particular na Europa.

                      
                                          Quatorze Pontos de Wilson
1º) Convenção de paz preparadas à luz do dia, excluindo acordos particulares e secretos;
2º) liberdade absoluta da navegação marítima em tempos de paz;
3º) supressão das barreiras econômicas e comerciais;
4º) redução dos armamentos ao mínimo necessário à segurança interna;
5º) debate da questão colonial entre representantes dos governos imperialistas e dos representantes coloniais com pesos iguais;
6º) evacuação de todo território russo e incentivo à cooperação de todas as nações do mundo com a Rússia;
7º) evacuação da Bélgica sem qualquer ameaça a sua soberania, da mesma forma que todas as outras nações livres;
8º) libertação de todo o território francês e a devolução da Alsácia-Lorena para que a paz possa ser assegurada;
9º) retificação das fronteiras italianas com base no princípio das nacionalidades;
10º) autonomia para os povos da Áustria-Hungria;
11º) Romênia, Sérvia e Montenegro deverão ser evacuados e seus territórios restaurados. A Sérvia deverá ter assegurado o livre acesso ao mar
;12º) autonomia e segurança para as regiões turcas do Império Otomano. A mesma condição deverá se estender às nações sob domínio turco. Dardanelos ficarão abertos para a livre navegação de todas as nações;
13º) criação de um Estado independente polonês constituído por territórios habitados pelos  poloneses com livre acesso ao mar;
14º) criação de associação geral das nações para oferecer garantias mútuas de independência política e de integridade territorial para todas nações.

    

     

     Com base na proposta norte americana e na Paz dos Vencedores (conceito de paz formulado pelos vencedores sem participação dos perdedores), foram redigidos os tratados de paz:

- Tratado de Saint’Germain assinado pela Áustria;
- Tratado de Triannon assinado pela Hungria;
- Tratado de Neuilly assinado pela Bulgária;
- Tratados de Sevrès e de Lausanne assinados pela Turquia;
- Tratado de Versalhes assinado pela Alemanha.

     Os tratados tiveram em comum a aplicação de penalidades territoriais, econômicas e financeiras aos perdedores. Destaca-se o fato de a Alemanha ter sido considerada como principal causadora da Guerra o que lhe custou sofrer as maiores penalidades tanto financeiras, quanto econômicas e territoriais.
     Pelo Tratado de Versalhes a Alemanha devolveu a Alsácia-Lorena aos franceses e cedeu aos poloneses a região do porto de Dantzig (Corredor Polonês) no mar Báltico; ficou proibida de ter indústrias bélicas; teve seu efetivo militar reduzido ao número máximo de 100 mil homens; cedeu temporariamente aos franceses o direito de exploração da região do Sarre e ficou proibida de instalar soldados na região da Renânia, classificada como zona desmilitarizada.

   
                               POR QUE OS TURCOS ASSINARAM DOIS TRATADOS?
    
   O fato dos  turcos assinarem dois tratados deveu-se a ocorrência de intenso movimento nacionalista, o dos Jovens Turcos sob a liderança de Mustafá Kemmal, em protesto contra as penalidades impostas pelo primeiro tratado, o de Sevrès. O que exigiu a elaboração de um  segundo tratado, o de Lausanne que amenizou as penalidades territoriais aplicadas aos turcos, cujo resultado foi o de paralisar as manifestações nacionalistas.

(Caderno de anotações de aula. Professor Luis Francisco)




                                                       O GENOCÍDIO ARMÊNIO

     Em 24 de abril de 1915 cerca de 600 líderes armênios foram presos pelas autoridades Otomanas e posteriormente mortos. Esse episódio, conhecido como o Domingo Vermelho, simboliza o processo de extermínio dos armênios em território turco otomano.
    Em tese o fato deflagrador da perseguição aos armênios na Turquia, deveu-se a derrota sofrida pelos turcos na Primeira Guerra Mundial frente aos russos em novembro de 1914, que foi atribuída pelo comandante militar turco Enver Paxá aos armênios, acusando-os de terem se reunido aos russos, traindo os turcos.
     O processo teve início com a publicação do  Decreto de fevereiro de 1915, que determinou o desarmamento dos armênios na Turquia, o afastamento deles do Exército turco e a inscrição no Batalhão Trabalhista. O argumento para desarmá-los era evitar uma possível colaboração com os russos.
     Após o episódio do Domingo Vermelho, foi publicada a lei da Deportação dos armênios e Confisco de seus bens “por abandono”. Há uma estimativa, que aponta para cerca de 1.500.000 armênios mortos no extermínio. Os armênios foram mortos vítimas de determinados procedimentos como: afogamentos, incêndios, agentes químicos e biológicos, overdose de morfina e inoculação do tifo. Milhares de armênios morreram vítimas da fome e da brutalidade praticada por militares turcos que os acompanhavam na deportação pelo deserto da Síria.






e) Os efeitos econômicos, políticos e ideológicos da 1ª Guerra na Europa.

      A Primeira Guerra Mundial deixou um conjunto de mudanças na ordem política, econômica e ideológica no velho continente:
- no plano econômico o conflito provocou o declínio europeu, o fim da Belle Èpoque, em razão dos elevadíssimos custos da guerra, das perdas humanas e econômicas, que geraram o alto endividamento com os Estados Unidos, estes transformados no novo centro do capitalismo ocidental. Além disso, a Europa enfrentou uma espiral inflacionária sem precedentes e um expressivo crescimento do desemprego:
- no plano político a guerra produziu uma tendência de formação de governos autoritários,  representada na emergência de grupos da extrema direita apoiada pelos setores da alta burguesia e da classe média. Essa tendência concretizou-se na Itália com o Fascismo de Mussolini, na Alemanha com o Nazismo de Hitler e em Portugal e na Espanha com o Salazarismo e o Franquismo respectivamente;

- no campo ideológico, fomentado pelo desemprego e inspirado na Revolução Bolchevique cresceu o movimento operário através dos sindicatos e dos partidos de esquerda. A mobilização operária por meio de greves e passeatas criou nos setores burgueses o medo do avanço do comunismo e por isso esses setores sociais não vacilaram em apoiar os grupos da extrema direita fascista. Mesmo reconhecendo o fascismo como uma solução antidemocrática e antiliberal, a burguesia, assim como a classe média, tinha a compreensão que ele não ameaçava a sua propriedade como ocorria com o comunismo.